A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado ouviu, na última sexta (18), os médicos Ricardo Ariel Zimerman e Francisco Eduardo Cardoso Alves. Defensores do tratamento precoce, os profissionais destacaram, de início, não possuírem nenhum vínculo com a indústria farmacêutica, bem como já terem prestados serviços para os últimos Governos, independente de partidos, em diversas áreas, nos últimos anos.
Ariel Zimerman ressaltou que o “tratamento precoce” não se resume à cloroquina, e que ele apresentaria bons resultados na prática.
— Budesonida inalatória: é um ‘sprayzinho’ que quem tem asma usou a vida inteira. Reduz em 91% o risco de seu irmão internar, do seu pai internar. É usado no sistema público inglês, mas aqui não foi recomendado.
Colchicina: são 20% de redução de combinação, internação e morte.
Nitazoxanida, [a respeito de] que tiram sarro, que é um vermífugo, só que não conhecem biologia. Ela induz a expressão de interferon, um potente antiviral, tem ação antiviral em bula já. Saiu agora estudo americano em preprint: 85% de redução de risco de internação. Ou seja, 85% de redução de risco de internação [com a nitazoxanida];
91% de redução de risco de internação com budesonida inalatória; 20% com a colchicina.
A proxalutamida, que foi alvo de gargalhadas: num estudo ambulatorial, reduziu 91% o risco de internação. Está aceito para a publicação sair esta semana — explanou.
O médico acrescentou que Arábia Saudita e Irã incorporaram a hidroxicloroquina no tratamento contra a covid-19, devido aos bons resultados que alcançaram nesses países. Também citou estudos a favor da ivermectina, e que o sistema público britânico de saúde (NHS) teria incorporado o corticoide.
Ivermectina
Quem também citou o medicamento e sua relevância no tratamento precoce foi o médico Francisco Cardoso.
“Hoje em dia temos quase 20 tipos diferentes de remédios que mostram enorme potencial de ação no tratamento imediato da covid, alguns já acatados pelo poderoso sistema britânico de saúde. A ivermectina saiu agora, recentemente, numa revista de alto índice de impacto, uma revisão sistemática com meta-análises só de ensaios clínicos randomizados. Foram 19 incluídos, sendo que nove deles eram duplo-cegos”, pontuou Cardoso.
O convidado citou exemplos de drogas como nitazoxamida, colchicina, cloroquina. “Diante da observação dos resultados do uso de cloroquina na China e Europa, formou-se a hipótese de que a droga poderia ter alguma eficácia no combate à covid-19”.
“Estranhamente, a partir de maio de 2020, passamos a assistir de forma estarrecida a politização do tratamento médico no Brasil. De repente, apoiar o tratamento de pessoas doentes com medicamentos off label, suportados por dezenas de estudos científicos, passou a automaticamente lhe colocar em um lado do espectro político nacional. E as pessoas que não comungam desse espectro passaram a atacar as drogas e os médicos que as prescreviam, rejeitando o tratamento com um discurso recheado de ódio, sofismas e inverdades”, alfinetou o médico.
Autonomia médica
Cardoso, também infectologista e perito federal, em sua fala de abertura, criticou a politização do assunto e pediu que seja respeitada a autonomia do médico, considerou erro quem realiza automedicação e usou como exemplo o trabalho que realizou com sucesso usando o tratamento precoce.
“Não cabe a demais entes deste país definirem que tipo de tratamento pode, ou não, ser dado seja na covid-19, seja em qualquer outra doença. Se permitirmos que isso ocorra será o fim da civilização e o início da barbárie em saúde. A equipe com a qual trabalho já atendeu a mais de 4.000 casos, com pouquíssimos óbitos. Nós temos dados e evidências”, disse.
Confira na íntegra abaixo.